Sonetos : 

Dois Pesos, Nenhuma Medida (do Caderno de Annabárbara) (*)

 
às vezes sou louça fina
às vezes barro grosseiro
às vezes deito menina
e choro no travesseiro

às vezes me acho na esquina
à caça de aventureiro
e digo que minha sina
é dar por qualquer dinheiro

às vezes sou colombina
cheirada de cocaína
no fogo de fevereiro

às vezes sou peregrina
tão frágil tão pequenina
rezando p'lo mundo inteiro

_________________

(*) este soneto faz parte dos poemas escritos sob o pseudônimo de Annabárbara. Alguns foram publicados em revistas femininas. Annabárbara, segundo o cérebro doente deste autor, morreu de overdose, depois de passar a madrugada num baile funk, no rio de janeiro. isto, no entanto, não impede que ela ressuscite das cinzas de repente.

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Júlio Saraiva

 
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Julio Saraiva
 
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 02/04/2008 13:54  Atualizado: 02/04/2008 13:54
 Re: Dois Pesos, Nenhuma Medida (do Caderno de Annabárbara...
Bem construído o soneto. Interessante a utilização da rima.


Enviado por Tópico
Alemtagus
Publicado: 02/04/2008 15:01  Atualizado: 02/04/2008 15:01
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 Re: Dois Pesos, Nenhuma Medida (do Caderno de Annabárbara... p/ Julio Saraiva
Faz muito tempo que não lia Júlio Saraiva e é a primeira vez que leio Annabárbara. Pois apenas posso dizer meia dúzia de palavras...

Este belo texto está monstruosamente, fabuloso!

Abraço


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 02/04/2008 15:26  Atualizado: 02/04/2008 16:05
 Re: Dois Pesos, Nenhuma Medida (do Caderno de Annabárbara... - p/Julio Saraiva
Ave! Julio Saraiva.

Já tinhas me contado sobre as diabruras dessa tal de Annabárbara (essa puta safada), se é assim que ela era, adorei de ler essa obra do legado. Faça de sua pena o condão e ressucite-a já.
Um beijo amiguirmão.