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Diários de oficina e de mercado - II

 
DIARIO DE OFICINA
Domingo, 25 de novembro

Cheguei tarde na oficina. Seu Obina me esperava preocupado e impacientemente a pé, frente a porta de seu escritório que esta com a mola quebrada. Suspendo a minha com muita dificuldade, posiciono a cadeira de plastico no lugar e o convido para sentar. O que faz sem cerimonia e acende um cigarro.
- Pensei que Seu Raimundo não viesse hoje, tivesse bebido umas cervejas e amanheceu ruim - Deu uma tragada, tirou o smartphone do bolso, digitou alguns números e conversou com um parceiro
Minuto depois uma moto estacionou mais adiante. Seu Obina levantou-se e caminhou na direção dela. É um conterrâneo, antigo inquilino de suas quitinetes, o mesmo que lhe adiantou as sandálias...

Seu Vavá a caminho do mercado com a esposa e a netinha sapeca, ficou da dar os trinta reais na volta. Caso tivesse entregue os oitenta juntos -eu teria um bom lucro, mas como sempre as coisas nunca saem com planejo.
- Vou aqui, beber um cafezinho - disse Seu Obina erguendo-se -se calmamente da cadeira e indo para sua casa.
Calabresa, o meu redentor todo vem vestido com a sua vistosa Biblia debaixo do braço vai na sua missão espiritual.
Jean Gaspar chegou todo invocado com seus apetrechos pronto para a sua primeira aula de solda. Trouxe o seu trans formador de solda Worker, made in China e umas merendas, uns pedaços de bolo de cenoura..

 
Autor
r.n.rodrigues
 
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