Boba!... Tola!... Assim eu te chamava
Quando de mim você ria,
Quando eu te contava piadas
E você simplesmente não entendia.
Sei também que engraçadas não eram
Nem sensuais eram aquelas mais "quentes"
Mas eu adorava assistir à fileira de dentes
Tão alvejantes que meus olhos ofuscavam...
Bobo!... Tolo!... Assim me chamava você
Quando eu não sorria com os gracejos,
Quando eu fingia não querer
Os seus afagos, seu cheiro, seus beijos...
Quando eu dizia que nenhum ser
Poderia me despertar um desejo
De constituir uma família com você
Numa casa amarela, num longe vilarejo...
Mentiroso! sorria, cingindo meu pescoço
Me chamando de tolo, bobo, de moço,
De criança chorona, de pai das suas crias,
Que iríamos nos casar daqui a poucos dias...
Por fora eu maquiava a minha felicidade.
No fundo do meu ser me invadia uma alegria.
Eu tinha vontade de correr por toda cidade
Gritando que te amo, que contigo casaria!
Gyl Ferrys