![Open in new window](https://scontent.fgig4-1.fna.fbcdn.net/v/t1.0-9/43823251_1888631321183909_945197760682917888_n.jpg?_nc_cat=101&_nc_ht=scontent.fgig4-1.fna&oh=f26b5002e66c9e9d59afe2e626728925&oe=5CACD437)
Que saudade
tenho de nascer.
Nostalgia
de esperar por um nome
como quem volta
à casa que nunca ninguém habitou.
Não precisas da vida, poeta.
Assim falava a avó.
Deus vive por nós, sentenciava.
E regressava às orações.
A casa voltava
ao ventre do silêncio
e dava vontade de nascer.
Que saudade
tenho de Deus.
Mia Couto, escritor moçambicano, In: “Tradutor de Chuvas”
Foto: @9magdalenabagrianow9