Por todas as ruas do teu corpo
caminhei descalça
sentindo, a cada poro do caminho
a dura sensação de ver mais longe
o meu destino.
A cada esquina do teu ser
me contorci
como se o meu amor fosse medo
de nunca te encontrar
como se sempre fosse cedo
o dobrar da página final.
E cada artéria do teu sangue percorri
deixando, sem querer
- como pistas de regresso -
migalhas de mim mesma
desfomes de pão nosso.
Por todas as vezes que caí
perdoa-me, meu amor
se te magoei e me feri
perdoa-me o que sinto
rasgando agora o teu corpo do meu corpo
em risco de cruel mutilação
sabendo que a cidade onde não moro
é um porto de partida
uma gaivota perdida
do seu próprio coração.
Teresa Teixeira