Aos cânticos ventosos junta-se a primeira neve, esbelta e majestosa, no entanto inversamente incómoda. É a segunda vez que aprecio a chegada deste momento nos vinte e dois anos que possuo, e, mesmo com todo o desconforto que a mesma provoca, os ideais com que fui criado não me permitem nada menos que adora-la. A graciosidade com que paira conquista pelos olhos o coração daqueles inocentes que por sonhos lutam, e que, como eu se sentem reflectir.
A cada passo, a reflexão imposta entre os campos esbranquiçados obriga bons momentos a partir, problemas a solucionar e obrigações a cumprir. Sem nunca a calmaria e mente sã abandonar. Mente essa que, outrora quente a neve esfria.
Permitindo mais uma vez, entre folhas brancas e rascunhos a minha caneta rabiscar.
Como um livro que a cada gasto de tinta regista o que apenas na mente é impossível recordar.
FS