Quando a tua melodia me chama, o meu pensamento não actua, deixo que me leves na dança de acordes que inventas para me encantar, nos lábios, levo o silêncio na voz das estrelas, que se deitam no aconchego do meu amanhecer de alma, tornando-me mais brilhante quando te sinto perto. De corpos colados, pairas sobre mim, numa leveza que só o Amor entende, tocas-me em suaves entoações de fluidos que se misturam, derramam e entranham em nós. No ar solta-se o aroma agridoce de beijos molhados, línguas que se enlaçam, e lábios que escorregam para lá das bocas, enchendo de paixão o espaço que existe para além de nós. Neste céu de loucuras e magias, onde quatro mãos se encontram para amar, o olhar é o diapasão que afina os ritmos desta sonata, que a dois, vamos compondo, na pauta dos nossos sonhos. Nos instantes em que nos entrelaçamos, fechamos os olhos, e seguimos a sintonia do desejo, qual imensa orquestra de emoções, tocando de improviso e sem maestro, a mais bela das músicas, até hoje inventada.