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A morte como um rito de passagem

 
Toda grande mudança na vida humana envolve ritos e celebrações. A razão por trás deste costume tem a ver com a natureza da consciência, que no geral trabalha com símbolos. Em última análise só os símbolos tem significado real, já que a simbologia é a linguagem da alma e a que mais diretamente trata com ela. Símbolos são produtos tipicamente mentais, são subjetivos e não existem fora da mente. Como já dissemos, a matéria é uma simbologia. Assim como as letras nestes textos também. Soltas e sem um contexto, ou sem alguém que entenda a sua simbologia ou significado, não fariam sentido. Elas tem de ser percebidas por uma consciência que entenda o seu significado dentro de um contexto, do contrário, não seriam mais do que rabiscos ininteligíveis. É quase como
formalidades que devem ser observadas, para dar realidade ou validade a um ato ou pensamento. São, grosso modo, termos que todos aceitaram para dar prosseguimento ou validade a um conjunto de ações ou fatos.
Ritos mudam de acordo com a cultura e o tempo. Mas sempre existirão como expressão de um pensamento que deva ser considerado válido por um grupo ou grupos. Poucos de vocês considerariam válido um casamento sem uma espécie de ritual, jurídico ou religioso. Mas ainda sim, um simbolo válido que ateste que algo mudou de uma situação para outra. Varia de Consciência para Consciência, como sempre. Umas são mais apegadas que outras a determinados aspectos da realidade.
Em sua atual geração, o nascimento e a morte são ritos necessários. Sua mente consciente, unida ao que chama de mente subconsciente, não aceitaria uma mudança de percepção tão drástica, como aquela que se segue a uma mudança de consciência que ocorre na morte, sem um ritual de passagem. E assim desse modo, muito de vocês precisam atravessar uma ponte, um vale ou um túnel, ou mesmo subir uma montanha para atestar a si mesmo que uma mudança muito grande se operou e que chegastes no fim de uma jornada para inicio de outra.
Já dissemos que morte e vida são antagonismos criados pela cultura humana, e de que nada disso necessariamente existe, e que você é um espírito agora, como será daqui a mil anos, mas vocês criaram figuras e rituais como barreiras ou demarcações necessárias a uma quase celebração de passagem.
O tempo e o espaço também são simbolismos. A sua vida o é um. Cada nuance de sua vida tem um significado profundo dentro de você. E uma justificativa, e mesmo um espelho, de quem és.
É por aí, neste contexto, que tem que começar a procurar, para entender quem você é.


j

 
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London
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