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Insónia vagabunda

 
Esta insónia que carrego, não tem pés nem cabeça
prega-se-me aos olhos abertos, como uma sombra fixa
esta ânsia que desbrava este meu corpo dorido
é como um pranto escondido, um riacho entristecido

Estes dedos que escrevem, cegos e entorpecidos
não vêm nem caminham nos meandros do trilho
são pétalas murchando, no empedrado piso
ventos alucinados, mas presos por um rastilho
fogo alto e bravio, sem controlo nem atalho
ardendo na enseada deste meu peito ferido

Onde estão as palavras que tantas vezes disseste
onde estão os olhos com que tantas vezes me olhaste
onde estão os verbos que tantas vezes conjugaste

Onde estão? pergunto-me neste insónia vadia


Escrito a 3/11/2018

 
Autor
Liliana Jardim
 
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Enviado por Tópico
Juvenal Nunes
Publicado: 04/11/2018 11:27  Atualizado: 04/11/2018 11:27
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 Re: Insónia vagabunda
Mesmo na insónia deixamos emergir os sentimentos mais impressivos.

Juvenal Nunes