Leva-me a seda à tua fonte
e deixa-me saciado nela;
ao céu aberto, tórrido de sol,
rarefeito de aromas de verão
em tarde demorada.
Leva-me à tua fonte
e refresca-me em cada gota
enquanto a sede precisar.
Delicio-me e embriago-me
como se no verter da boca
o medronho destilado.
Deixa-me o tronco despido
debruçado na pedra morna
que se fez fonte na paisagem.
Deixa-me no sabor que verte e bebo
sem pressa no cessar da sede…
E a tarde se, despreocupada, tardar
saberá dum beijo repartido.