No princípio tudo era propício,
Tudo nos era rios de sorrisos
Em mares azuis, ares e marasmos
De orgias em múltiplos orgasmos.
Tudo era fabuloso, muito e mágico.
Beirava o divino e tocava o fantástico.
Eram beijos em bocas de borboletas,
Chuvas torrenciais em fogos de estrelas.
No início era o verbo e nunca era demais.
No início éramos os mais felizes dos animais.
E, provocados, provamos do fruto proibido.
Sentindo um vazio, fomos expulsos do Paraíso;
Saímos de mãos dadas para povoar o planeta;
Aprendemos a lavrar a terra, a prever rotas de cometas;
Criamos utensílios, aprimoramos nossas ferramentas,
Derrubamos florestas, nos abrigamos em cavernas, fugimos das tormentas,
Aprendemos a contar os dias de lua, a adorar o deus-sol,
A amanhecer juntamente com a aurora, a apreciar o arrebol...
E, assim, fomos criando os nossos rebentos, nossos filhos
E, fomos seguindo nosso caminhos, nos guiando pelos trilhos
Da vida e fomos plantando em cada lugar nossas fortes raízes...
E, assim, nos tornamos humanos: Seres parcialmente... Felizes!
Gyl Ferrys