As pedras amaciadas pelo vento
Segredam entre si breves segredos
Que passam de chão em chão
Atiram-se umas a outras no momento
Em que o Homem chora seus medos
Enrolados na palma da sua mão
A chuva cai insistente nestes olhos
Saciados que a terra nos há-de comer
Devagar e a saborear o passado
Suas pingas juntam-se aos molhos
Num dilúvio que me faz o corpo tremer
De frio, já gasto velho e enrugado
Não sei para onde vá, esquerda, direita
Sem destino e sem te perder o norte
Que se esconde diante de um amanhã
A manhã não acorda cedo no seu leito
Que se esvaece sem saber sua sorte
Ou a fiel morte, sua cortesã
A Poesia é o Bálsamo Harmonioso da Alma