Sem que eu note, você me invade durante o sono, e deixa meus sonhos particularmente recheados de incógnitas. Muitas vezes te escrevo e te rasgo, sabendo que tudo isso não é real.
Não te conheço mas abro a porta, o que sei de ti foi só aquilo que me disse, não tive tempo de encarar sua essência humana, coisas que a gente solta no dia a dia, e às vezes é amargo a quem vê.
Inutilmente lavo o rosto e me preencho de todas as possibilidades, um retardo qualquer, pois tudo depois de te sonhar é você, da música que toca no carro que passa por mim à um filme que desejei mil vezes ver ao seu lado, e é reprisado esta tarde.
Fico mentalmente a postos quase esperando um milagre, esperando que me leia e não tenha fome.