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Cair na lama Enquanto Contempla as Estrelas

 
A existência é um exercício de amor e criatividade. Não importa o que você seja, um homem ou uma planta. Todas os seres, animados e "inanimados" buscam se expressar e perpetuar-se. Perpetuar, não apenas no sentido de procriação, mas de criação pura e simples, e de atos, pois os mesmos reverberam-se nas dimensões. Embora eu pregue em todas as linhas que escrevemos, que tudo é um, nada e nem ninguém é igual ao outro. Ah, e que paradoxo irreconciliável! Que bom que as existências sejam assim, pois isso as eterniza, as individualiza. Nem mesmo numa linha de produção de um produto simples, que seja um anel, estes são semelhantes. Pois cada átomo e cada vibração dentro deles tem a sua identidade, e um simples toque em um deles, o torna ainda mais único.
Você existe, embora não perceba, já que está hipnotizado demais em busca das coisas que acha que tem valor, que não vê que cada ato seu é uma descoberta. Descoberta envolve empenho e criatividade.
Só você não vê, que escreve um livro, cujo protagonista é você mesmo. Seus livros e seus filmes são imitações menores de suas vidas humanas, não importa quão fictícios ou fantasiosos estes sejam. Dizemos isso literalmente, pois a vida de qualquer Ser tem as suas tragédias, os seus vilões. O dragão que precisa vencer ou domar. A torre cujo cume precisa atingir. As planícies áridas ou verdejantes as quais atravessar. Seus amores e seus temores. Uma epopeia maravilhosa, cuja odisseia é realmente sem fim! A você cabe a redação dessa história, e como em todo conto, o herói aprende no decorrer da sua peregrinação. Mas ele só põe no livro o que ele sabe, e você só sabe se ele aprendeu, no final da história.
Cada ato, ação, movimento de uma entidade muda o seu derredor, essa mudança contagia e se espalha, e essa é a dança do universo, de que você algum dia já ouviu falar. Falo de átomos e de Almas.
Sabe, no final do livro, o herói descobre que o seu verdadeiro inimigo na verdade era ele mesmo. Todos os outros personagens, acontecimentos e paisagens, foram apenas para ilustrar a simbologia por trás do conto. Tudo conspirou, inclusive ele mesmo, para que ele visse a si mesmo como um reflexo num espelho. Veja, e é ali que está o verdadeiro obstáculo. Mas, nenhum inimigo deve ser derrotado, mas, amado. Ele deve sim estender a sua mão, e unir o reverso reflexo em si mesmo. Pois cada um tem a sua parte a contribuir.
No final você descobre, que não pode escrever histórias apenas com um lado do cérebro. As duas partes precisam ser demandadas. A parte analítica e a parte criativa. Pois é juntos, que construímos as coisas.
O medo da humanidade de admitir ou descobrir isso, é que invariavelmente cairá na lama. Mas, se você fizer as coisas por amor apenas, não terá outra saída. Ora, lembre-se. Foi de lama que Deus fez o mundo e você mesmo. Não pode ser tão ruim assim, cair na lama enquanto contempla as estrelas. E QUE ESTRELAS!


j

 
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London
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