Não tenho domínio do inseguro,
Do desespero que aflige,
Da mordaça que abafa
Que cala a voz trêmula
Que insiste em me silenciar.
Talvez eu tenha perdido
O Sol se pondo pela janela
Mas deixarei a porta aberta
Para o amanhecer do novo dia.
Minhas esperanças adormecem
Mas aguardo o retorno do ramo da paz
Vindo de algum bico da Ave alvejante.
As águas diluvianas tendem abaixar
Após recuarem para o leito natalício.
As águias americanas
Tendem a fazer pouso em um outro lugar.
Minhas esperanças estão repousadas
Na Caixa de Pandora.
Ninguém está de todo abandonado.
Do outro lado da rua alguém acena e sorri.
Do lado de cá as açucenas estão impedidas de florir.
Os homens merecem o perdão divino
Pois são crianças adultas e não sabem
O que fazem. Pai, por favor, perdoai.
Não vanglorio de estar do lado vencedor.
Pelo conteúdo eu me sinto constrangido.
Meu irmão, meu amigo... Meu amante não é seu inimigo.
Apenas sonhamos sonhos diferentes
Já que adormecemos em outro sítio,
Em camas separadas e distintas
E quando acordamos percebamos que pertencemos ao mesmo mundo.
O riso contido é o choro confesso.
O abraço não dado é o beijo que espera.
Veja como se comporta a animália
E aprenda com ela a arte de ser feliz.
Hoje resolvi dormir mais cedo.
Vou deixar entreabertas as persianas.
Amanhã de manhã beijo o primeiro Sol.
Desejo do fundo do peito que esteja comigo.
Gyl Ferrys