Poemas :
A VOLTA DO "GARANHÃO"
Descendo de Viriato, um guerreiro Lusitano que lutou contra os invasores romanos na Península Ibérica, ao sul da Europa. Depois de escorraçados os últimos árabes - Mouros - ficamos com um país inteiro, do Minho ao Algarve, os Açores e a Madeira: Portugal.
Depois fomos pelos mares. Fomos conquistadores por África, pelo Brasil, pela Índia. E troucemos ouro, pimenta e muita importância. E fomos ricos, imperiais. E hoje somos apenas portugueses, num romântico rectângulo pequenino, encostadinho ao mar. E eu ocupo um pedacinho desse espaço. E gosto dele pequenino. E gosto de ser, como ele, assim pequenino, quase que invisível.
Já me chamaram um miúdo vivaço, um menino de coro, um rapaz inteligente, um homem bonito, um doce de pessoa, um filho da mãe, um grande filho, um génio poético, uma merda (esta nunca li ou ouvi, mas devem ter pensado). Já me chamaram muita coisa, boa, ou nem tanto, mas “garanhão do luso”, chamaram-me um dia aqui.
E eu não sei se vou a correr protestar, rezar pelos pecados, ou escrever um poema de amor, ou outro qualquer.
Monto, sim, uma "Estrela": a minha égua branca.
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