Cresço e desapareço por ser verdadeiro
A necessidade de viver para ter dinheiro
Não sou mais que um carneiro
A viver sozinho numa vida que me come por inteiro
E vivo desinteressado
Voltamos para casa para fumar mais um bocado
Comemos e morremos até fazer um buraco
Eu trago tu enrolas eu puxo
O cheiro nas camisolas que murcho luxo
O cheiro do nada quero-te mocada
Porque facilita a entrada
E eu sei que tu sabes
Tu sabes as tuas curvas
E as minhas mãos nuas
Quando fodemos nas ruas
As nossas vidas mortas e cruas
E a descura e a frescura do morrer dentro de ti sozinho
Enquanto olhas o medo à janela e nada volta fico branco, um tanto ou quanto, olhas-me, passas-me o manto esquelético mas eclético ouço o teu pranto, depois sorrias toda a tristeza do mundo e fico surdo. Fico mudo. Fico cego. Levo as mãos à cabeça, sinto a gentileza do teu peito e esqueço o resto.