Sinto-me preso no meu preço berço
Olho para a parede e só sinto peso
Olho a janela e vejo-te refletida nela
Bela mas distante perco-me num instante
Não vejo o meu reflexo faz um ano
Porque tanto me engano no meu quarto parado
O telemóvel vibra e desligo ressacado
Saco vomitado fumo um cigarro do outro lado
Morro lento mas já estou acabado
Atrelado a cama a poesia já nada me dizia
Porque o que queria era a vida fácil, fantasia
E a violência é tanta, tenho o céu preso na garganta
Como quem sabe e já não canta, porque é que me escondo debaixo da manta, porque me comparo com uma santa e ela é franca pouco me espanta e ela tanto dança na minha campa cheia de fanta e o menino pouco alcança enquanto descança espera a bonança e nada avança, porque a vida dele é só esperança.
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