Chegada a aurora e ela se desperta.
Se despede da última estrela.
Se despe do manto da madrugada
Recebendo os beijos do astro-rei.
Pássaros abençoam o seu dia.
Ela aguarda a chegada de seu bem.
Ouve-se passos surdos lá de fora.
Vem o carcereiro do coração.
Ele tem a chave e o cobertor,
A manta que a acalanta em noites frias.
Mas é muito pouco o calor, a chama
Na cama além do Equador se limita.
Envolta em pele amorosa ela grita.
Gemido em sons de nomes parecidos.
Quem a envolve não percebe o grito
Que busca outro corpo de sol queimado.
Ela ri de uma forma conhecida.
Vê no outro lapsos de felicidade.
Cai a tarde como a tarde anterior.
Beija um alguém que muito bem lhe faz.
Assim chega de noite embebida.
Aguarda ansiosa a hora marcada:
"Fique tarde!" Tique-taque! "Fique..."
Repousa tranquila nos outros ombros!
Gyl Ferrys