Poemas : 

Outros Ombros

 
Chegada a aurora e ela se desperta.
Se despede da última estrela.
Se despe do manto da madrugada
Recebendo os beijos do astro-rei.

Pássaros abençoam o seu dia.
Ela aguarda a chegada de seu bem.
Ouve-se passos surdos lá de fora.
Vem o carcereiro do coração.

Ele tem a chave e o cobertor,
A manta que a acalanta em noites frias.
Mas é muito pouco o calor, a chama
Na cama além do Equador se limita.

Envolta em pele amorosa ela grita.
Gemido em sons de nomes parecidos.
Quem a envolve não percebe o grito
Que busca outro corpo de sol queimado.

Ela ri de uma forma conhecida.
Vê no outro lapsos de felicidade.
Cai a tarde como a tarde anterior.
Beija um alguém que muito bem lhe faz.

Assim chega de noite embebida.
Aguarda ansiosa a hora marcada:
"Fique tarde!" Tique-taque! "Fique..."
Repousa tranquila nos outros ombros!




Gyl Ferrys

 
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Gyl
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