OLHAR GRIS
Olhos claros; olhos raros,
De dores e amores...
Amor?... Amores amaros!
Olhos cujas cores
São tão queridas, meus caros,
Entre os amadores.
Olhos frios, arredios,
A olhar-me de viés
Pelas sombras, mais sombrios
Vêm ver-me através
Quem entre brilhos e brios
Fora outro revés...
Olhos vagos; olhos vãos,
Que me olham sem ver.
Olhos magos. olhos sãos
Que os vejo sem ter,
Se em falas cheias de nãos,
N'eles me saber.
Olhos belos; olhos vis,
Em fuga ao infinito...
Distantes (n'outro país!)
Perdem-se-me aflito:
Fogo Fátuo, o olhar gris
Luz triste e bonito...
Olhos claros; olhos raros
De dores e amores...
Amor?... Amores amaros!
Olhos cujas cores
São tão queridas, meus caros,
Entre os amadores.
Betim - 22 09 2018
Ubi caritas est vera
Deus ibi est.