Escrever um poema não é brincar
com palavras e sons
sobre a brancura sem defesa do papel
ou da vida que não foi vivida.
No fundo dos becos sem saída
é que o poema se encontra
lado a lado com as mortes
inumeráveis e indefinidas
na mão que o escreve.
Morre e transforma-te!
Não há outro caminho;
o poema é sempre uma autópsia
da natureza e vida.
Eliezer Lemos