A Infante
Na vala suja
D’uma noite clara
Enxerguei seus olhos
A brilhar.
Uma criança perdida
Na sarjeta escondida,
Estendia sua mão,
Queria se alimentar.
Fugida não sei de onde
Seu passado ? Não responde,
Num sofrimento estampado
Pôs-se a chorar.
De dentro saiu um grito abafado
Entre o medo e a fome
Ela veio implorar
E seu futuro distante...
Virou um breve instante
Entre a cólera e a febre
Padecia a infante,
Era tudo na vida
Que ela poderia esperar...