Não há como fugir às minhas responsabilidades
de poeta que escreve para o povo só e alienado
Escrever é um acto de entrega às sensibilidades
mais puras, que ouvem o que lhes é ensinado…
Assim escrevendo sem quaisquer amabilidades
urdi mil estradas, e propus caminhos, olvidados
pois a miséria colhe discernimentos e vontades
ao homem que ganha uns míseros desgraçados
Todo o dia, na metalúrgica, ou nas construções
arriscando suas próprias vidas, não se queixam
da grilheta ferindo-lhes a carne e putrefacções
Mas as coisas, não têm de ser assim, ofertadas
de mão beijada aos patrões, se tiram e deixam
mais difíceis se tornam aqui as vossas jornadas
Jorge Humberto
30/03/08