Esse copo de vinho meio vazio é a esperança, a loucura ou mesmo a ternura... Pegas delicadamente no copo, observas intrigada e questionas-te mentalmente sobre a vida.
Dás um trago, a tua boca explode devido aos aromas fortes desse vinho. Passas a tua mão de tez morena pelo teu cabelo, um mero ritual que advém da tua infância, sinal de que queres aliviar o stress.
Pousas o copo de cristal em cima da mesa, mordes levemente o lábio inferior e cruzas as pernas. Olhas para o relógio, marca vinte e duas horas e vinte e dois minutos. Uma vez mais ela está atrasada, começas a ficar saturada com a irresponsabilidade e na semana passada discutiram por muito menos. Mais irritada ficas pelo facto de ter sido ela a combinar o jantar e nem às horas combinadas aparece.
Bruno Miguel Inácio