Desperta com o beijo da Noite
Que balança a cabeleira estrelada
Tingindo de argênteo a pele do dia.
Repousado sobre a antiga penha
Ele se deleita com a dança sonora das ondas
Que veem beijar-lhes as pontas dos pés.
Ouve com demasiada alegria o embate
Entre o líquido espumante e o rochedo
Sem saber quem sairá ferido ou vencido.
Por detrás da cortina feita de sereno
A Lua indolente geme a tiritar.
O velho homem acende o cachimbo.
O mundo inteiro adormecido está .
Apenas insetos silvestres copulam
À luz da Lua, em posições acrobáticas.
O velho homem a soltar fumaça
Que baila em caracóis rumo ao céu.
O homem ora, agradece e chora.
Gyl Ferrys