Tenho pena.
Sinto-a por não me saber expressar
Pena por nao me sair de forma plena
Tudo o que tenho para contar.
Sinto a tristeza alheia como se fosse minha
Por saber como é assim estar
E sei como é sentir aquela fominha
Que se sente junto ao calor de se gostar.
Tenho pena por quem nunca o sentiu
Aquele arrepio, aquele fervor,
E que por isso sente frio
Em vez de um fogoso calor.
Tenho pena por o saber,
E não saber como o dizer.
Pena por sentir e não ver
Como o posso fazer entender.
Pena por já nao ser
Quem sorria desde o amanhecer
Sem saber o que estaria a perder
Com saudade do que nunca vai ter
Sem uma razão fixa para o que o amanhã vai trazer.
Tenha pena desta sensação
De que nunca vou findar
O que me vai pela mente e coração
Se não o escrever sem parar.
E que ainda assim será em vão,
Sem ter quem abraçar
Ou a quem dar a mão.
Tenho pena de saber tão bem
Como olhar e avaliar o de outrém,
Mas para o seu próprío umbigo
Não saber como ser tal amigo.
E no fundo, tenho mais pena de mim
Que tem tanto para dar
Que enfim...
Nem sabe bem em que pensar.
E por mais que se sinta assim
Falta-lhe alguém para o agarrar.
Tenho pena que seja assim.