Lembrança por que não foge de mim?
Ajude-me arrancar do peito esta dor.
Afaste o meu pensamento e o seu
Por que vamos reviver este amor?
Amando nós padecemos iguais.
Eu tenho meu lar e ela também.
É triste ser prisioneiro e sofrer,
Sabendo que a liberdade não tem.
Vai, lembrança não voltes mais,
Para acalmar os meus ais
Neste dilema de dor.
Vai para bem longe de mim,
Não posso viver assim.
Devo esquecer este amor.
Lembrança já imaginaste o que é
Distante dois corações palpitar
Querendo junto viver sem poder,
Com outrem ter que viver sem amar?
Enquanto você lembrança não for
É este o nosso dilema sem fim,
Pensando nela eu vivo a sofrer
E ela também sofrendo por mim.
(*)Comp.1.961 - José Fortuna (Itápolis, 1923)
(S.Paulo, 1983)
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