"Do interior, ventre das canções,
donde correm rios de pensamentos
a todo vapor, transpassando a chaminé
do proferir dos versos abstratos
revelando a calmaria, segredo de vida,
e a agitação em querer expor o proibido"
[...]
Sou mais um e sou mais eu
Altruísta sou, pisciano de berço,
Sei que mereço muito mais
do que o menos que fiz
Há quem diga que ações mortas
não revelam a luz plena interior,
que percorre vácuos no organismo,
degrau que se acende na escalada
paraíso imergido,
ollhar encantador,
cama repousante,
sons agudos de palpitações
formam números binários
do querer-me-ser meu par
sonho jovial,
sem passado e sem juízo,
digo e repito, sem titubear,
sentimento não se vende
nem se veda
se por muito tempo guarda
o próprio se azeda
a amargura da in-justiça
sabor tanino que altera
o hálito e o hábito
a doçura do sorriso alheio,
da criança desassistida
e da donzela atrás de um par
multiplicam-se os sabores
bebidos pela alma inquieta
cuja senha de acesso
são todos os caracteres
criptografados
no passar dos tempos
das fases da lua
e dos giros planetários
[...]
a dura incompreensão supradita
assemelha-se ao vaso parnasiano
solitário e ao mesmo tempo acolhedor
[...]
cada palavra tem seu valor
e seu tempo de duração
By Renato Braga