Quando o futuro anda parado
o que avança é o passado.
Trocam-se os tempos quando,
estando parado, também ando.
Desalinham-se os pés, quase tropeço,
marcha sem vida, com as mãos teço.
É,
por vezes,
nas suas costas,
(sem nenhum presente)
que se procuram as respostas.
Estranho é o destino
d'andar a fazer o pino.
Sou fiel ao ardor,
amo esta espécie de verão
que de longe me vem morrer às mãos
e juro que ao fazer da palavra
morada do silêncio
não há outra razão.
Eugénio de Andrade
Saibam que agradeço todos os comentários.
Por regra, não respondo.