Espero sereno neste cantinho do palco
Não me incomodo com a economia dessas canções
Caído que estou no lugar onde tudo é música de fundo
A arranhar notas de flauta subidas na atmosfera
E a tocar uma harpa tamanho do mundo
No enredo fantástico da história da tua ópera
Num jogo de cantos e instrumentos oculto
Essa arte de canto é a espuma do mar
Vem de uma pérola esse movimento gracioso, adulto
De algum lugar no andar dos mares do sul
Os poemas conseguem ser pedaços de madeira flutuante ao longo da praia, querendo!
Eles derivam de uma raiz lenta e poderosa
Em que não consigo flutuar e me vai perdendo
Pára com as tuas palavras e o teu canto agora
Abre para mim a janela no centro do seu peito
Despe-te desse vil preconceito de diáspora
Mostra-me nas tuas canções que eu faço o teu jeito