Quem sabe o caminho
Do poeta da rua?
Só ele mesmo!
Um dia montado no lombo de égua parida,
Outro estendido na cama
Com a chama intumescida,
Por desejo suicida.
Anarquiza sua sina,
Como destina, afina,
Sua poesia sem rima.
Segue sonhando o poeta da rua,
Sonhando com a Rosa destemida,
Com o corpo nu de Josefina.
Com a barriga vazia
Caminha sem fome,
Sonha sem nome
O poeta da poesia cadente,
Sem rumo...
Faz-se diabólico,
Nos versos pudicos,
Que rabisca no ventre moreno
Da bela donzela,
Permissiva em secreto desejo.