De Sentinela
Quando te vejo de sentinela,
Horas a fio, na minha janela,
Quando vejo teus dedos a voar,
E a segredares-me que estás a amar,
E não encontras sentido,
Para ficares desse jeito,
De andar sempre na ponta da chibata,
E me deixares louco, com essa pose de gata!
Vou conferir as tuas preces,
Com a dupla maravilha onde me apareces,
Ora de blusa estampada com decote,
Ora cor de vinho, e com a pulseira da sorte,
Outras vezes debaixo da minha ponte,
Ou saciando tua sede nos beijos da minha fonte.
Já me contaste teus desejos,
Queres pular a janela e ganhar um milhão de beijos,
Ou um milagre que nos una a vontade,
E possas amar de manhã, à noite e à tarde !
Nenúfar 16/1/2008