Meu Guerreiro
Meu guerreiro regressa pela noite,
No findar do dia, volta cansado,
De uma batalha do mundo, do outro lado,
Meu guerreiro volta sem arma,
Sem causas e a força perdeu-a na lama,
Voltou para uma noite no teu regaço,
Pedindo do teu amor um pedaço,
Da tua boca o beijo,
E o aconchego do teu abraço!
Quando não estás, bato à porta da solidão,
Um fixar resignado nas batidas da minha mão,
Na tua porta, onde vejo meu rosto desfigurado,
Contra uma fechadura dourada,
Com um odor a nada e um sentir que nada faço,
Um baixar dos braços perante a restea de sol,
E a esperança de te ver a partilhar meu lençol.
Meu guerreiro é meu corpo,
Este que vai à luta o tempo inteiro,
Que tenta decifrar o teu código secreto,
Enquanto aguarda o desenlace da seta do teu arqueiro,
Esse Cupido que te preenche o peito,
Onde deposito a confiança ,
Que leve força na sua seta , e te pegue certeiro!
Nenúfar 29/3/2008