Porque nos assusta a ideia do "nada"?
Por que motivo há-de haver um significado para tudo?
E se, de facto, nada existe depois da morte?
Será assim tão assustador aceitar o vazio que nos rodeia?
O que é o "certo"? E por que razão está certo?
Porque penso eu nisto?
Será que é produtivo?
Será suposto divagar por entre questões de ordem tão inútil?
Deveria eu sucumbir ao inexorável instinto do homem?
Seria melhor pensar só até onde é conveniente?
Mas que raio é a conveniência?
O que significa "ser conveniente"?
Que medo é este?
Estarei eu a anular propósitos, na esperança de os encontrar de novo?
Estarão eles à minha espera?
Ou morrerei?
Ou ficarei no eterno esquecimento?
Será que eu sei algo?
Será que não sei coisa nenhuma?
Paulo Coutinho