Ela se esticava toda
tentando definir o que era o amor
só para que eu a cresse,
ou, quem sabe, com o intento
de me fazer andar em linha reta
ao exíguo sonho horizontal
que imaginava;
enquanto eu tentava
explicar a ela que o amor,
caso exista assim tão sublimemente
como dizia,
almeja o topo, mas mantém
os pés ao chão
rejubila com a luz, mas não nega
as imanentes sombras,
voa com a imaginação, mas resiste
às recorrentes quedas;
ao que ela, irredutivelmente,
não concordava porque queria amar
– sendo como eu: humana –
era a um anjo.
Péricles Alves de Oliveira (Thor Menkent)