O esforço hercúleo me domina
Na labuta diária da sobrevivência
Talvez te engane a minha aparência
Igual a tua que a minha abomina.
São horas e horas desgastantes
Uma parte da noite que me furta
Cerco minha vida feito uma Murta
Minha vida de mil sonhos gestantes .
Divido minha casa-caverna-noturna
Com algo que é de mim semelhante
Engendrado dentro da mesma vulva
Tendo a paternidade d'outro ruminante.
Quando a baba de Caim espumo
E meus olhos vertem fluidos escarlates
Saiba que eu não valho meio-quilate
Daquilo que de ti sai em sais, em sumo.
Não me confunda com minha prenhez
Nem me maltrate como eu costumo
Te maltratar com a minha mesquinhez
Pois exalo enxofre e fogo eu... Fumo!
Gyl Ferrys