Remoendo, ruminando
Abusando do gerúndio
Observando vagar o rio
Eu me vou só, navegando
Em mim mesmo e sorrio
Vendo o vilarejo, velejo
Devagarinho e silencioso
Quando então eu percebo
O quanto me sou perigoso.
Vendo o rio, sorrio , sou mar,
Sou ritmo, arrimo, eu rimo
Os sufixos terminados em ar
Sem me importar com os mimos.
Há aquele que goste de prosear.
Há outro que nada tem para dizer.
Mesmo com asas de cera vou voar
Sem sequer me importar se vou morrer.
Se hoje eu morro, amanhã hei de viver
Nos meus filhos e nos filhos dos meu filhos
Meu caminho sou eu quem faço, eu quem trilho
E toda estrada que eu crio me leva até você.
Por isso, meu amor, minha flor, meu amigo
Ouça bem aquilo que eu te digo, pode crê.
O que importa é velejar tranquilo pelo rio,
Ser rio, rir, ser mar, rimar. Isso é que é viver.
(Creia, crie, leia: Seja livre!)
Gyl Ferrys