Não, não vou me encontrar.
Mostrar fraqueza
Está fora de questão.
Então, qual a razão?
A situação é ruim.
Assim que tudo acabar
Que restará de mim?
Estou mentindo.
Sumindo a cada verso.
Ser alguém desconexo
É a morte social.
Então, estou mal?
Não é normal.
O mundo está errado
E deveria ser mudado.
Normalizado, enfim.
Todos estão loucos,
Poucos percebem isto.
Eu estou no interim.
Na marginalidade abstrata.
Tudo que o mundo retrata
É miséria de pensamento.
Lamento, mas é verdade.
Na realidade tenho orgulho.
No futuro todos serão
Párias como eu.
Tudo passará do apogeu.
Indo contra a ignorância.
Tenho relutância
Em lutar contra desinformados.
Pobres coitados.
A sociedade está doente.
Sou veemente
Contra o socialismo.
Anarquismo não me satisfaz.
Sou um crítico sagaz.
A dor irá embora
E jogará tudo fora.
Me resta esperar.
Me admirar por ser pária.
Ir contra o materialismo
E contra a utopia.
Todavia, tenho receios.
Receio de nunca ser eu.
Serei sempre pária?
Lamentarei pela pátria?
Receio nunca ser verdadeiro.
Dedico-me por inteiro.
Sou o guerreiro
Da contraloucura.
Abismado por ser o único lúcido!