Quando você é jovem e vê, de relance,
Em um único lance, toda a sua vida...
A saída, dizem eles, é só um nome
Sem representação no real.
Não faz mal, basta saber de onde veio
Que o seu destino começa a fazer sentido.
Tal qual louco varrido, perco-me em
Desesperanças acerca da esperança que nunca veio.
O devaneio de um poeta é sempre tido como belo,
Nunca como um simples devaneio.
Quando você é jovem as coisas não precisam
Fazer tanto sentido, sinto-me perdido (e estou).
Vou para onde eu não quero ir, mas não faz
Tanto mal, eu não vou realmente.
Sinceramente, tenho saudade do que eu nunca vi,
Tenho saudade do Brasil, mil razões para amar.
Tenho saudades de mim, assim posso ficar louco
E apenas me perder no meu mar de questões.
Mil perdões, mas quando se é jovem todas as
Questões são importantes, menos o sono.
Tenho saudades de quando éramos um país,
Sonhos vis, homens viris, e todo o idealismo...
Se tudo fosse como nos nossos sonhos,
Eu ficaria apenas dormindo, como sempre.
Sinto-me sumindo junto com a fumaça...
Faça aquilo que você gosta, disse-me um sábio.
Decerto a sabedoria não é um dom de todos,
Senão viveríamos em um mundo chato.
Um rato parece ter levado a minha inspiração,
Se eu fosse um queijo, ele teria me levado junto.
Quando se é jovem, manter os pensamentos
Na linha é tão difícil quanto acreditar em utopias.
Fantasias são aquelas que usamos para encobrir
A realidade que sempre nos cercou.
Onde vou? Talvez eu esteja esperando uma
Resposta nas piadas sem graça dos jornais.
Por mais que se tente sentir algo real,
Não é por mal, somos frutos da mediocridade.
A modernidade me deixa triste,
as pessoas estão mais vazias do que meu copo.
Quando se é jovem, não é normal pensar nessas
“questões de gente velha”, puro vagabundismo.
O abrigo de um poeta é a sua própria loucura,
Recheada com a doçura das palavras!
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