Vieste, abriste-me uma janela na alma, invadiste os meus pensamentos, ocupaste, o vazio deixado em mim.
Sentaste-te na minha cadeira, recostaste-te e ficaste ali, falando de magia, mostrando-me o sincronismo do universo.
Irradiaste a luz de um final de verão, falaste-me do sol, da sua energia, iluminaste o espaço escuro e vazio, desta floresta de sombras, onde me sento, para contemplar a minha solidão.
De repente, a natureza envolvente, coberta de luzes vazias de calor, renasceu, floresceu, com os raios de luz que nos oferecias.
A energia que te envolvia, ofuscou os meus olhos e de repente acreditei, acreditei ter encontrado a paz, o fim da história, acreditei ser a última mulher, acreditei ter terminado a missão.
Mas, a tua chegada foi tão inesperada, como a tua partida.
Foste a abertura que deixa passar os raios de sol por entre as nuvens da tormenta. Foste a brisa fresca, numa tarde quente de verão.
No tempo de uma vida, a tua presença não passou de um prelúdio, de um instante, entre o inspirar e o expirar, entre um segundo e o próximo.
Os bons momentos de magia, são aqueles que conseguimos executar tão rápido, que quem nos observa, não vê nada, apenas aquilo que queremos que veja.
Afinal não somos magos, não existem fadas, e os alquimistas apenas vivem nas páginas dos livros, ou nas letras das canções.
O silêncio voltou, as sombras agudizaram-se, a cadeira está vazia, mas os meus olhos ainda não se adaptaram à escuridão do local, nesta floresta, fria e silenciosa, onde venho sentar-me, e esperar...
Luz&Sombra