Já é fim do mês de Junho.
A Natura sofre com o frio
E com a baixa umidade
Com o pó e com o fumo.
A folhagem, antes verde,
Tende a amarelar, morta.
Tudo fica feio. Até o céu
Parece preso numa rede.
Sequer um botão de flor.
Semente não germina.
A terra espera o lavrador
Que a remexe e rumina.
Nem uma gota d'água
Para amamentar o chão.
Do céu nem uma lágrima
Para sustento da plantação.
A animália, magérrima, padece
Se provendo de brotos, raízes,
Aguardando o líquido que desce
Para fazer os seres mais felizes.
Eu me sinto igual a esta terra:
Ressequido, botão sem flor,
Aguardando alguém que plante
No meu peito o germe do... Amor.
Gyl Ferrys