ETERNIDADE
“Porque lembro,
Sou.
Tudo que fiz e vivi nesse mundo
Me fez ser o que sou
Para o bem ou para o mal.
As lembranças lembradas,
Mesmo que inconscientemente inventadas
Tornaram-me esse ser único que sou.
E se um dia não lembrar mais
Como acontece inevitavelmente
A alguns que muito viram,
Ainda sim serei
Camuflado no que restou...
No que fiz, modifiquei e vivi.
E quando deixar de ser,
O que naturalmente acontece a seres vivos,
Não mais serei para mim.
No entanto, mesmo que não me lembre
Ainda serei nos seres em que me fiz lembrança.
Nos objetos e casos que falam de mim.
Nos atos bons e ruins...
Nas cicatrizes tímidas que deixei nesse vasto pequeno mundo...
A eternidade permitida...” (Proteus).
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