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ALVARÁ DO ESPÍRITO!

 
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A desgastada humanidade, pelos percalços amiúdes, abarca uma frágil haste em um abominável vício: Vai abolindo à abstenção em favor da vil dissolução! Aboletada na pirâmide de tríduo maldizente, amealha o vil tesouro, abraça o pérfido jogo, faz de tóxico sua ágape... Acelerando o seu abscesso!
Acalenta aclimatação num mundo antagônico. Abjura as dificuldades acirrando semelhantes. Procura aclamação vã num acervo de abjeção! Abanesmática humanidade, acorrentada numa ganância, açulada e cheia de achaques. Abocanha os seres adjuntos numa acintosa orgia afaimada em aberração com a natureza!
Absolta pela lei da ignomia, aderente a qualquer agravo, achincalha a verdade pura, abranda a resistência nata, fazendo ablegar à honradez no âmago da sua mesquinhez. Abarrota ouro, jogo e tóxico, em um desenfrear aleivoso, acossando o infeliz absorto num absolutismo absorvente, prevalecendo-se da abulia abundante em seu espírito.
Pergunto por qual razão o pretérito se desvanece nos portais dos séculos e, porque motivos às tradições se perdem na voragem esmerilante dos tempos que se vão.
Pesquiso as origens, procuro respostas... Respostas me são negadas!
Os séculos aceleram sua efêmera passagem, deglutindo anos e meses, Limalhando dias e horas. No latente trepidar dos ponteiros das horas, minutos são devorados consumindo os segundos. Nessa voraz maratona em direção ao infinito, humanos perdem afetos em prol de vis instintos!
Nova moldagem se faz na carcaça embrutecida, a roupagem é burilada, o miolo... Esfacelado! A natureza é relegada a planos secundários, as belezas da vida... Cobre-se de mortalhas!
O feio, ao belo adere... Na complacência do “ser”, o justo vai pára o sopé do cimo do vil ímpio. Deus criou o mundo feito de união e amor, bastou uma serpente pra ruir tal pendor!
Por que vanglorias da vida que tens a seu bel-prazer? Por que calcas as suas botas nos parias da periferia? Por que a bazófia da glória que conquistastes no atropelo? Por que estancas as verdades nos lábios dos infelizes? Por que desfilar a sua lamúria no cume do seu corpo de lama? Por que destilar o seu fel na estrutura dos humildes?
Por que usa as couraças de ouro presa em sua carcaça fétida? Por que você tolhe o prêmio devido ao serventuário que exploras? Por que se afastas dos subordinados com resquícios de pleno orgulho? Por que julgas e condenas outrem quando deveria ser solidário a eles? Será porque sabe teres dias contados no inexorável passar das horas de fartura? Ou, será a sua ganância tão imensurável em assimilar míseros valores dos pobres?
Infeliz! Sua altivez soberba escorre na capa de indiferença que o universo nutre por você... Um grão de areia igual aos demais! A sua riqueza será estrume da terra. O seu orgulho desvanecerá em fumaça. Não terá crédito perante os Céus: Endividado... Imergirá no abismo!
Nos encaixes dos portais passam arestas da vida, em fila indiana de mortais num cortejo de despedida! Desvão do engodo sofrido, passaporte para o infinito! Reflexo do nada embutido, em duras almas de granito.
Moldura que dá pra a além, fronteira de ultrapassagem! Portal que vai, mas, não vem, não permite a hospedagem! Um sopro em raio de luz projeta o infeliz ao léu, não quis seguir a Jesus... Não irá a caminho do Céu!
Tenho uma bigorna em nicho no peito, lá, seu amor malha, mesmo sem direito. Todo seu mimetismo disfarçando emoção pára no magnetismo da minha admiração. Sua boca cristalina divide minha ilusão, parecendo guilhotina a serviço do coração. Você é uma cruel verruma ante minha fortaleza, perfurando, uma a uma, toda a minha sutileza.
Sou um vassalo domado no látego do seu amor e, num trono algemado, sou castigado de dor. Finalmente... Subjugado! Rendo-me à sua sedução, meu amor... Manietado! Curva-se em submissão.
Para que tanto orgulho em carne condenada? Pra que tantas elites nas camadas sociais? Por que à segregação anterior à sepultura, pois, a morte, tudo nivelará, ao final da caminhada! Na peneira da justiça, ao manejo do Criador, nossas obras escoarão na passagem dos furos.
O egoísta, com empáfia, depositará suas reservas, porém, os poros da peneira, em conjunto... Estreitar-se-ão! O avaro, em sofreguidão, deitará a sua fortuna, todavia, a peneira girando... Jogará tudo no vácuo!
O descrente ressabiado! Gotejará as suas dúvidas, contudo, a peneira retesando... Não receberá o ateu! O humilde vai chegando à peneira do juízo e, suas obras e dotes, pelos furos irão se... Escoando
O tempo passa célere em direção ao finito, o espírito vagueia na senda do infinito. Jocoso... O mundo sorri! Da vazante de valores justapondo desculpas no jazigo dos temores.
Somente Jesus é total na eqüidistância da vida, em contraponto ao final, da inocência esquecida. O mundo será exterminado em terrores de aflição, nas suas entranhas lodosas haverá peste em profusão.
Não haverá abrigo seguro para a frágil carne humana, ociosa da redenção final... Prende o espírito que emana! Soltai as correntes infames que encarceram a sua alma: No jugo, não haverá louvores, justeza, premiação ou calma!

Para que seja libertado, o “Ser” precisa morrer! E o alvará do espírito será a única razão de viver... Eternamente!

Sebastião Antônio BARACHO.
conanbaracho@uol.com.br
Fone: (31) 3846-6567

 
Autor
S.A.Baracho
 
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