Cala Cala em mim a minha alma humana
sem o dia e sem a noite, sem o nada
cala
nos macabros cantos da senzala
toda está natureza de existir
sem poder entender ou apenas ir
Já não há dor que em nada resulta
talvez apenas um quê da dura vida
porque é viver e vivo neste horror
onde toda a miséria é perseguida
e o sofrimento é indolor
Quanto mais afundo no negrume
deste um visgo que me segura como mãos
no limiar da sanidade e da loucura
do vago esganar da seladura
m'alma
arrevesada e tensa cala em plena contramão
Esta ignorância me resvala
a tristeza impregnada na existência
talvez tentar ver seja um erro atroz
mas está na minha essência
esta infelicidade feroz
da minha consciência.
Alexandre Montalvan
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.