Cortei na carne a nesga de Sol
E deixei uma cena de Hamlet
Prevalecer sobre a sombra de Goethe
Que pairava num verso de Neruda.
Quis saber o sabor desta manhã
Quando percebi as nuvens beges
E acarneiradas acariciadas pela brisa
Que abriam o cerrado dos meus olhos.
Nunca entendi a língua dos serafins
Mas quase decifro a língua das fadas
Todas as vezes que uma me fala
Através de uma janela feita de LED.
O rímel nos lábios bem delineados
Cintilam feitos astros destacados
Num novo céu de sonhos e vontades
Que denunciam a minha imperatividade.
Ontem eu pousei meus olhos no poente.
Viajei a vista pelas veludosas brumas
Procurando por uma estrela Polar.
Ontem eu passei o olhar buscando-te...
Em algum lugar...
Gyl Ferrys