E canto e danço e sapateio
Em ruas que passo e a poeira levanto
E cavo trincheiras largas e fundas
Deixando partes de mim
Esperando que se tornem
Um rio arco-íris em terra seca
Negras eram as cores coloridos os corvos
Sementes e ovos
Caroço da gema
Enterrei-me aos poucos
Gritei junto aos loucos
Eu canto eu danço eu sapateio
Se quer me encontrar
Cave fundo
Mais fundo
Mais fundo ainda
Pois, não sou raso
Mandei minha alma fugir
Mas a rebeldia não a deixa obedecer
Tens vontade própria
São tempos sombrios
E a culpa é da luz
Que em relógio de sol marca as horas
O sumo da tolice
Não me chamou Catarina, Olívia e Alice
Mais uma vez
E canto e danço e sapateio
Eu disse...
Marcio Corrêa Nunes