Chora o vento sobre os bosques.
Alguém chama ...!
Os cervos com a lua se dispersam,
pelo prado de águas sem caminhos.
Entra a luz por minha porta, e o romeiro
busca asilo na fogueira, junto a outros peregrinos.
Alguém chama...!
As sombras descem pelas grotas.
E meus olhos e ouvidos já cansados,
Ouvem o ruido delinquente dos seres escondidos.
Meu caminhar é eterno e infatigavel.
Alguém busca minha esperança, minha tristeza.
Para dar-me em via de cruzes aos que choram.
Mas haverei de responder a suas vozes.
Pois hei alcançado minha cruz e meu cálice.
Alguém chama...!
Oro ao tempo, e a noite eternamente,
Estou só entre muros de triteza sem idade.
Oro ao dia e a minha luta diariamente ,
Para que o céu não me crucifique lentamente.
Alguém chama...!
Pelos homens e suas existencias.
Pelos bosques e seus habitantes.
Pelos céus , suas nuvens, seus ventos.
Pela vida, pelo amor e por esperança.
Rui Garcia