No afã de dissecar o ser que sou
Com o bisturi transcendental kantista,
Congrego um misticismo de budista
E a tenebrosidade de Allan Poe.
Descrevo o transe estético do artista
Que da Vontade cega se esquivou
E glorifico o asceta que adentrou
A paz inconsciente do protista.
Busco o silêncio da paisagem erma
Para não me perder como um palerma
No infausto labirinto da ânsia humana.
E visto que detesto a própria vida,
Escarro na avidez indefinida
E atinjo na abstração o meu Nirvana!