Cobria a noite os mais funestos rastros.
O vento, sibilante e furibundo,
Trazia uma mensagem do submundo,
Em tudo pondo gélidos emplastros.
A noite repugnava até aos astros.
De um cadáver o cheiro nauseabundo
Empesteava totalmente o mundo
Gerando contorções nos epigastros.
Levanto-me da cama, acendo a luz.
No chão, a mácula de sangue e pus
Me faz pensar: 'staria o morto aqui?
Pego a foto de quando era criança
E vejo que o cadáver é a esperança
Que nunca mais no peito revivi!