Num sonho vinhas tu divinizada
À luz sacramental dos áureos círios.
Ornavam-te crisântemos e lírios
Colhidos numa terra abandonada.
Percorreste os angélicos empíreos
Atravessando a azul e etérea estrada.
Trazias sobre a face abençoada
As lágrimas da senda dos martírios.
Vinhas entre os incensos das esferas,
Aquebrantando as mágoas e as quimeras,
A serpe do pecado destruindo.
Mas teu olhar continha a grande Dor,
O Símbolo do ascético estertor,
O sacrossanto Sofrimento infindo.